quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O NÉRIO SABE DAS COISAS

Ainda bem que não cheguei a tanta dor e pagar os pecados não cometidos.

Meu câncer de próstata foi descoberto no ano passado, num prosaico toque retal do meu médico, " dedo fino" , urologista. Santo dedo. Pois os exames de PSA e que tais dava tudo bem. Não tinha nada. Aí o médico, desconfiou e no dito exame de rotina, fazia de seis em meses, total estou com 72 anos e já meio encagaçado de tanto ouvir falar da tal de próstata e ja perdi alguns amigos. Pois, descoberto cedo, o dito câncer danado, lá bem no mol da próstata como diz o gáucho. Aliás o gaúcho diz "prosta". Biópsia, com um revólver de plástico enfiado no meu rabo, e dando tiros, sim, tiros, tipo espingarda de caçar passarinho, mas não doeu. Só aquele trombolho enfiado no rabo e dando tiros. Colhia material para o exame de biópsia. Anátomo-Patológico. Viu só que nome difícil. Náo deu outra. Câncer. Fiz 50 sessões de rádioterapia no ótima hospital da Santa Cara, o Santa Rita, que gente boa, que máquina fantástica dos americanos, que manda elétrons adoidados deste a haste de metal, parece que é césio, lá dentro da máquina. Fiquei curado. Os médicos me deram alta curado. Me garantiram, da próstata você não morre mais. Grandes e notáveis médicos.
Agora, feitos exames de volta com meu urologista, o famoso "dedo-fino" me disse que não encontrou mais próstata. Se foi a dita próstata e com ela se foi o câncer. Veja só. Que sorte. Santo "dedo-fino".

Como o raio da radioterapia passa pelo intestino, pois a próstata está ai a danada, logo após intestino, na parte final, no famoso reto, então, sempre o raio queima e deixa alguma lesão na parede do intestino.

Então, meu proctologista, grande Dr. Gilberto Saute, agora, no mes passado, fez o que tinha que fazer, de rotina, de cinco em cinco anos, que venho fazendo - a colonoscopia. Você toma um laxante, fantástico, muito mais forte do que o óleo de rícino que eu era obrigado a tomar quando criança em Antonio Prado - costume italiano que o Mussolini enfiava guela abaixo dos inimigos do seu fascismo - um litro de óleo de rícino e mandava o cara para casa. Não dava outra, na primeira esquina, o cara parava, se encostava na parede e se cagava todo, perna abaixo. Esse era o sentido básico da tortura romântica do Mussolini. Meta óleo de rícino nos inimigos. Ninguém briga cagado.

Esse costume era antigo entre os italianos. Lá em casa, todos nós, cinco irmãos, chegava um dia, tinha que tomar uma dose de óleo de rícino para limpar os intestinos, curar os vermes, as lombrigas. Ficava deitado, só cagando, correndo para a patente. Náo ia nem na aula.

Foi uma pena que nós brasileiros não tivemos esta luz de meter óleo de rícino na turma "da esquerda" e que brigou com os militares e agora a Maria do Rosário, muito chata por sinal, com aquela vóz de lata rachad, mas ministra de estado e só pensa naquilo - a Comissão da Verdade e tem que enfrentar o Dep. Jair Bolsonaro - e vivem brigando agora devido a Ditadura e quem torturou quem e se o cara foi torturado de verdade para receber o Bolsa Ditadura. Baita grana. Sabemos que muita gente entrou nessa e ficou rico e não levou porrada. Nem pau de arara, nem caldo, nem choque elétrico nos testículos. Mas muita gente, deu de brasileiro, e entrou no Bolsa Ditadura e receberam uma grana entaipada e ficaram ricos, compraram carro novo. Apto. novo e amplo e ainda tem dinheiro na poupança. Rendeu ser de esquerda naqueles tempos. O Carlinhos Araujo, ex-Dilma, morando aqui na beira do rio Guaiba, na Vila Bairro Assunção disse que não pediu o bolsa ditadura, pois, estava numa guerra e perdeu a guerra. Coisas do meu ex-colega de Direito, nos anos 60 quando o notável e culto Carlinhos Araujo - líder estudantil máximo - dono da politica estudantil, estava duzentos anos à nossa\ frente - se incorporou no agreste de Pernambuco com as ligas camponesas do Francisco Julião e abandonou o Direito.

Tivessem os militares daquele tempo adotado o uso do óleo de rícino como fazia El Ducce - não teríamos hoje que suportar a Maria do Rosário, nem o Bolsonaro, nem o Cel Brilhane Ustra e tantos outros, neste embate bem brasileiro, macuanima, da Comissão da Verdade.

O ruim da colonoscopia é a diarréia total antes do exame, pois, você tem que chegar para o exame cagando só água. Intestino limpo. Aí você é anestesiado com o mesmo remédio que o médico americano receitava para o Michael Jackson, - propofol - uma beleza, você dorme, não sente nada, acorda numa boa, se sentido bem, leve e nem quer sair da mesa. Mas levam você para a sala de recuperação e aí começa tudo de novo. Dor aqui, dor alí, pois estou na fase do condor. Sabe como é - e o meu zumbido nos ouvidos. Enquano estive deitado na mesa da cirurgia nada senti e até passou o chato do zumbido nos ouvidos (24 hs. por dia,não cessa nunca) Pois eu tive a felicidade de passar algum tempo sem zumbido., Que felicidade. Por isto que o dito Propofol vicia mesamo e rei do Pop americano queria doses e mais doses e chegava a tomar tres vezes ao dia. Daí que podia comprar só com receita e o médico cobrava parece que 1.500 dólares, e por isso acabou condenado.

O médico me deu o laudo e me disse que cauterizou na hora tres pólipos ( que se deixados eles se transformam em câncer) e que a zona da parede do intestino - que foi atingida pelos raios do tratamento da próstata, ele também, cauterizou, ertc.etc...e que está bem.

Portanto, embora não respeitaram nem o rabo do Magistrado, em verdade, vos confesso, que não senti nada.

Sendo assim, desejo me solidarizar com meu amigo tangueiro, de Sorocaba, Rogério de Moraes, dado que ao invés de ouvir seus tangos preferidos, teve que curtir esta dor medieval da tortura de operar as ditas hemorróidas. Mas, como disse, já passou a dor e voltou a cagar com dignidade. Ouvindo seus tangos e pesquisando sobre Gardel. Recebo de Sorocaba inúmeros emeisl sobre pesquisas do nosso ídolo maior, Calos Gardel. Nunca vamos parar de estudar a vida, a arte, o talento e a música de Gardel. Tudo o que se fizer por Gardel sempre será pouco. Nem falo do drama uruguaio se Gardel nasceu em Taquarembó, pois, a dúvida é tanta, e o drama se instala de tal forma agudo que pode o tangueiro ter um ataque repentino de hemorróidas como o descrito com detalhes pelo nosso amigo sorocabano, da velha cepa, cuja cidade, foi a grande feira das mulas que iam dos Setes Povos Missioneiros do RGS para depois serem revendidas para a zona mineira do ouro e da prata. E daí levados - ouro e prata - para os portos do Rio de Janeiro, Paraty e Santos exportar nossa riqueza para a Europa.

A felicidade do homem é não ter hemorróidas.

Nério "dei Mondadori" Letti.

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