segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O NÉRIO SABE DAS COISAS

Que o fim de ano seja de boas fesas, com saúde, paz e bem estar. Que consiga reunir a familia o que já é uma graça. Muitas familias estão dispersas, umas pelas distância geográfica, morando longe, outras pela distância de afetos, morando na mesma cidade, mas se odiando. Cada caso é um caso, com suas peculiaridades, circunstâncias e conveniências. A pessoa humana é única e leva consigo o peso dela mesma e suas cargas emocionais, neuroses, traumas infantís e angústias depressivas. A coisa mais difícil é se amar e amar o outro. E muito complicado. Muitas pessoas são felizes sozinhas. Sem compartilhar. Nada. Egoistas. Tem até morador de rua aqui na minha pracinha, na Quintino Bocaiuva, esquina de Cristóvão de Colombo, perto onde era o horto mercado, que gosta de morar na rua. Foi expulso de casas por vários motivos e não volta mais. E recusa o abrigo municipal.

As 38 bancas de fruteiros e hortaliças, foram despejados, um a um, pela proprietária, cheia de dinheiro, inclusive o Rissul, num capitalismo selvagem exacerbado. Sabem o nome da pracinha? Leva o nome do grande poeta e escritor gaúcho, hoje esquecido, Athos Damasceno Ferreira onde vai ser construida mais uma torre de mega apartamentos ( o mais barato custa um milhão de reais - não sei a que título?,,,). Porém, neste natal não será inaugurado nenhum conjunto habitacional para os pobres. Como no tempo do Getúlio a vila do IAPI, de 1946. No tempo dos militares, os vários conjuntos habitacionais do BNH que a elite brasileira faliu. Sim foi a elite brasileira que faliu o BNH.

A Melnick construtora não conseguiu comprar a peso de outro o prédio da CONAB. Assim que ficou apertada de terreno. A frente será ocupada pela dita CONAB.

No Brasil da Copa do Mundo e da Olimpiada só será Natal quando todos os brasileiros já tiverem saido da favela miserável e habitarem uma casinha decente, com água potável, luz, endereço e rua calçada, com sentimento de proprietário, com escritura registrada no cartório de imóveis. E ele disser, para si mesmo, feliz, no seu natal, eu sou dono de minha casa. Não sou mais inquilino nem explorado pelo rico e poderoso e fanático para ficar mais rico ainda. Com endereço para receber uma carta pelo Correio.

Como aconteceu como meus avós, italianos, de Mântova, que sairam da terra natal, antiga, terra nobre, do poeta Virgilio, onde tem uma praça e um monumento que meus avós sempre falavam. Hoje Mântova é patrimônio universal cultural decretado pela UNESCO tantos são os castelos, estátuas, igrejas,monumentos, praças, construidos desde o inicio da Idade Média, lá por 1.200, quando a familia dos Bonalcosi, poderosa,e generosa, dominava Mântova e o que construiram está lá de pé. Depois, lá por 1.700, os Bonacolsi, entregaram o mando do Ducado de Mântova, para a grande e notável familia dos Gonzaga e esta além de conservar o que os Bonalcosi tinham construido, trouxeram artistas, arquitetos, engenheiros, pintores e tornaram Mântova um monumento vivo à cultura e às artes. Mântova está lá, de pé, com todo este patrimônio histórico, que rivaliza com Florença, na planicíe do rio Pó. Próximo à fóz com o Mar Adriatico, onde abre o delta da cidade de Porto Tolle.Uns 100 Km. abaixo de Veneza.

O grande ternor Luciano Pavarotti natural de Módena, perto de Mântova, estudou música e canto, em Mântova, pois, Mântova tem orquestras e se destaca pelo refinado ensino de canto e música clássica. A Orquestra de Cãmara de Mântova já tocou aqui no Teatro do Sesi. Eu fui ver. Um espetáculo. Eles não acreditaram quando eu disse que meus avós eram de Mântova e sairam de lá tocados em diante pela miséria e pela fome.

Porém, Mântova, no seu interior, no condado, por isto os pobres, servos da gleba eram chamados de "obligatti" eis que habitavam o condado de Mãntova, e como tal levam o nome de "contadini" (agricultores, colonos. pobres, servos da gleba) trabalhavam de sol a sol por um prato de comida. Foi daí, desta miséria total, dos "contadini" e dos "obligatti" que se gerou a emigração de milhões de italianos que vieram "far la América" em busca de "la cucagna", da riqueza. Um paradoxo. Um contraste. Uma cidade tão rica até hoje gerar milhões de pobres. Famintos. Analfabetos. A ponto de que para sobreviver tiveram que emigrar.Lá por 1870, quando Garibald, Cavour, Manzini e outros iniciavam o movimento "Il rissorgimento! - da unificação italiana e tornar um país, como tal, cuja capital foi Roma. Antes Roma não era capital. Havia só condados e feudos. Roma só era a capital da província do Lazio. Somente. Sim. Não confundir. Bem antes, séculos antes, Roma foi capital do Império Romano. mas isto é outra coisa e outro papo bem diferente da Itália de hoje.

Sorte que aqui no RGS receberam seu Natal, isto é, 25 hectares de terra, bem medida pelos agrimensores do governo Imperial, que chamaram de "colônia" , com escritura registrada e posse e propriedade e trabalharam a terra com sentimento de dono e de proprietário e assim conservaram e produziram e criaram a família.

Portanto, aqui no RGS o italiano do norte rural italiano, que era "obligatti" e "contadino" e servo da gleba, aqui se tornou "signore"
isto é proprietário da terra e não era mais "obligatti!. Tinha tanta terra quanto o dono o seu !signore" italiano ou francês para quem trabalhava e de quem era "obligatti".

Aqui o centro de tudo. e do progresso da colonização italiana e da reforma agrária mais bem feita no mundo.
Este é o Natal do povo brasileiro. Que deixe de ser favelado ( Obligatti") e se torne !"signore" isto é, dono da casa onde mora.

Nério"dei" Mondadori" Letti.

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