quarta-feira, 23 de maio de 2012

NÃO TEREMOS MAIS SAUDADES DA AMÉLIA


João Eichbaum

Ana Amélia Lemos, loira de farmácia, era jornalista. Casou com um político, foi para Brasília e, de lá, escrevia uma coluna para o jornal Zero Hora, contando fofocas, dando palpites, exaltando algumas figurinhas. Sua coluna revelava que ela tinha convivência com o sistema político de Brasília e não era barrada nos bailes de lá, quaisquer que fossem os partidos.
Foram muitos anos de escrita moderada, comentários que não mereciam censura.
De tanto conviver com políticos, achou que era a sua hora. Candidatou-se a senadora, abiscoitando a vaga que estava na mira de um político profissional. Foi eleita pelos leitores da Zero Hora, pelos telespectadores da RBS e por uma multidão dos que, embora não leiam Zero Hora, nem assistam TV, ainda não mataram a esperança de ter um político honesto, sincero, fiel a seus ideais. Um político que não seja político.
A senhora Ana Amélia foi eleita, e mal foi eleita já botou as manguinhas de fora: mostrou ambições políticas, caiu na vala comum daqueles que são eleitos para tirarem o maior proveito pessoal, seja de que natureza for. Descobriu o caminho mais fácil para subir na vida, a política.
Lá em Brasília é amiguinha de todo mundo, faz qualquer negócio, diz amén para tudo. Nunca representou, lá no Congresso, o povo cansado de políticos, o povo desiludido, o povo que quer vergonha na cara dos políticos, o povo que exige honestidade, o povo que paga pela segurança, pela saúde, pelo transporte e pela educação que nunca recebe, o povo que a elegeu, enfim.
Não. A dona Ana Amélia, desde que foi eleita, só está apostando numa ficha: a sua carreira política.
E agora, para culminar, está fazendo corar até os mais desavergonhados políticos, querendo impor uma união espúria com o comunismo. Eleita pelo partido que, ideologicamente, poderia ser considerado um dos menos esquerdistas, botou a ideologia no lixo, para ser governadora do Estado: quer casamento com a Manuela D´Ávila, uma menina que nunca fez nada na vida a não ser obaoba político, brincando de comunista.
É por isso que o Brasil está entregue à roubalheira. Porque na política deste país não há lugar para pessoas verdadeiramente honestas. E daqui para frente ninguém terá coragem de cantar “Amélia que era mulher de verdade”.






Um comentário:

Gigi disse...

Concordo apenas em cem por cento com esse artigo porque matematicamente não é possível concordar em mais do que aquilo que está expresso ou implícito. Eichbaum deu expressão ao que eu vinha sentindo e pensando neste assunto, sem encontrar a forma de dizê-lo. Está aí. Pena pelas esperanças perdidas, dona Amélia.