PALHAÇADA
João Eichbaum
A imprensa está noticiando que
os responsáveis pelo “massacre” do Carandiru foram condenados a mais de
seiscentos anos de prisão.
Quer dizer: os caras deverão
viver até lá, para cumprir essa pena, ou
será prisão perpétua, isto é, ficarão presos até morrer?
A idiotice é tão grande, que não
cabe neste espaço qualquer comentário sério.
Então, convenhamos, é palhaçada.
Primeiro, a pena máxima, no
Brasil, é de trinta anos.
Por que fazer essa conta que
chega a mais de seiscentos anos?
É perda de tempo, é idiotice.
Onde está o bom senso do juiz que aplica
tal pena, sabendo que isso é impossível?
Se os jurados decidiram que o
cara é responsável por mais de setenta mortes, para que fazer a conta por cada
homicídio se, no final, ninguém pode ficar preso por mais de trinta anos?
Aplique-se a pena máxima, e
pronto, estamos conversados. Vamos ser práticos, vamos ser realistas, vamos
aplicar a lei, não é necessário produzir manchetes mentirosas para a Globo.
Outra coisa. Preso não é anjo.
Se há um motim no presídio, a polícia tem que se limitar a ficar olhando?
Se os caras botam fogo em tudo,
fazem quebradeiras, entoam gritos de guerra, a
polícia não tem que reagir? Tem que deixar que eles façam o que querem,
que fujam, que saiam pela cidade a espalhar o terror, o medo?
Qual é o dever da polícia, senão
resguardar a segurança dos cidadãos?
Meus amigos, os policiais agiram
em defesa da sociedade: mataram bandidos que a ameaçavam.
É possível que tenham morrido
inocentes. Mas, quem garante?
A polícia não poderia indagar um
por um para saber a sua posição, a sua ideologia, o crime cometido, etc. Ela
tinha que defender a sociedade. Esse era o seu dever.
Condenar esses policiais a mais
de seiscentos anos é insanidade. Insanidade dos jurados, que hão de se
arrepender no dia em que forem assaltados, no dia em que uma filha ou neta
deles for vilipendiada por bandidos. Insanidade do juiz que fixou uma pena que
não existe na legislação brasileira, a prisão perpétua.
Uma pena de mentira, só para a Globo dar
manchete.
Nenhum comentário:
Postar um comentário