Senado renova contrato de R$ 5 milhões para Hospital
Sírio-Libanês salvar políticos que não usam SUS
Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net
O
Hospital Sírio-Libanês parece que faz mesmo jus ao apelido dado nas redes
sociais de “SUS dos Políticos”. O Senado mantém um contrato semestral, no valor
de R$ 5 milhões, para atendimento VIP e de emergência aos parlamentares que
ficam doentes. O mais recente acordo foi renovado, recentemente, pelo
presidente do Congresso, senador Renan Calheiros.
Embora
também tenha uma unidade em Brasília, os políticos que necessitam de
assistência médica preferem se socorrer, mais longe dos holofotes do poder, na
sede do Sírio-Libanês, no bairro classe A dos Jardins, em São Paulo. Foi o
recente caso do ex-Presidente da República e do Senado, o imortal José Sarney,
vítima do mordaz mosquito da dengue maranhense.
A
família do Sarney (um hipocondríaco confesso) preferiu o desgaste político de
removê-lo de um hospital em seu estado natal para o Sírio – que tem fama de
milagres, como a cura dos cânceres presidenciais - de laringe contra Luiz
Inácio e do linfático contra Dilma. Sarney continua internado na unidade
semi-intensiva do Sírio-Libanês, sem previsão de alta, tomando antimicrobianos
por via venosa.
Os
políticos tupiniquins adoram tirar proveito do máximo de privilégios aos quais
o falido sistema democrático do Brasil lhes dá “direito”. Recentemente, também
esteve internado no Sírio-Libanês, para uma cirurgia cardíaca de emergência, o
deputado federal José Genoíno – um dos condenados no julgamento do Mensalão e
que terá de tomar muita medicação para controlar a pressão arterial faltando
poucos dias para a apreciação dos recursos (os embargos declaratórios e
infringentes) que podem salvá-lo ou não.
O
Hospital Sírio-Libanês é uma empresa filantrópica. Em 1921, um grupo de
idealistas e abnegadas mulheres integrantes da primeira geração de imigrantes
sírios e libaneses vindos ao Brasil fundou a Sociedade Beneficente de Senhoras.
O objetivo desse grupo, liderado por dona Adma Jafet, era oferecer a São Paulo
um centro de assistência médica à altura da importância da cidade.
Toda
vez que um importante político é internado no renomado hospital paulistano fica
no ar uma pergunta sempre sem resposta. Quem está pagando a cara conta dos
serviços médicos. Tudo indica que não seja o mesmo Sistema Único de Saúde que
atende aos cidadãos normais que não podem pagar os caríssimos planos de saúde –
nem sempre eficientes em suas coberturas de internação e exames.
Agora,
com a revelação do convênio com o Senado – que pode ser classificável como uma
“filantropia” para o hospital classe A – descobre-se mais uma vantagem de ser
político no Brasil, além dos altos salários, empreguismo de familiares e cabos
eleitorais, privilégios mil e outras “vantagens” ocultas ao cargo público.
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