LÁ E AQUI
João Eichbaum
Na Alemanha, a
chanceler Angela Merkel, a Angi, como a chama carinhosamente sua tietagem, emplacou pela terceira vez no governo. Júbilo, alegria, brinde com
champanhe, muita festa pela vitória. Tudo bem.
Mas, agora chegou a vez
da ressaca, porque não há festa, neste mundo de Deus, sem ressaca!
E a ressaca da Merkel
está nessa pergunta: e agora, como montar o time para o campeonato? De que
adianta vencer no primeiro turno, se o jogo para valer mesmo, para botar a mão
na taça é só no segundo turno?
Para quem ainda não
entendeu: o segundo turno, propriamente, é o governo, a administração de uma
liderança, de uma liderança européia e mundial, que significa a imensa
responsabilidade de lidar com uma crise econômica, que provoca lágrimas em gregos, espanhóis e portugueses.
A maioria conquistada
por Ângela Merkel (41,5%) é insuficiente. Ela necessita de uma maioria
absoluta, mas para isso tem que compor, fazer acordos, concessões. O maior
parceiro do seu governo, que seria o FDP (não confundir com essa sigla
brasileira que é o mais das vezes usada no futebol para xingar o juiz) foi para
as cucuias, não está mais no parlamento. Os outros partidos tem objetivos
próprios, procuram cumprir suas finalidades estatutárias ou desempenhar papéis
que reputam importantes na economia ou nas relações internacionais, como “Energiewende, Massentierhaltung, Kontrolle von Rüstungsexporten und der
Geheimdienste, Bundeswehr-Einsätze”(emprego de energia, pecuária intensiva, controle de exportação de
armamentos, de serviços secretos, de ações do exército)
Então fica difícil para
Ângela escolher os parceiros.
Coisa que não aconteceu
aqui no Brasil, no governo Lula, não é?
O que se espera é que o
Lula não seja convidado a dar palpites ou conferências na Alemanha. Senão,
daqui a algum tempo os alemães estarão aprendendo a arranhar a palavra
“menzaláo”, que nós dizemos com a maior facilidade: mensalão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário