segunda-feira, 23 de setembro de 2013

LÁ E AQUI

João Eichbaum

Na Alemanha, a chanceler Angela  Merkel, a Angi, como a chama carinhosamente sua tietagem, emplacou pela terceira vez no governo. Júbilo, alegria, brinde com champanhe, muita festa pela vitória. Tudo bem.
Mas, agora chegou a vez da ressaca, porque não há festa, neste mundo de Deus, sem ressaca!
E a ressaca da Merkel está nessa pergunta: e agora, como montar o time para o campeonato? De que adianta vencer no primeiro turno, se o jogo para valer mesmo, para botar a mão na taça é só no segundo turno?
Para quem ainda não entendeu: o segundo turno, propriamente, é o governo, a administração de uma liderança, de uma liderança européia e mundial, que significa a imensa responsabilidade de lidar com uma crise econômica, que provoca lágrimas em gregos, espanhóis e portugueses.
A maioria conquistada por Ângela Merkel (41,5%) é insuficiente. Ela necessita de uma maioria absoluta, mas para isso tem que compor, fazer acordos, concessões. O maior parceiro do seu governo, que seria o FDP (não confundir com essa sigla brasileira que é o mais das vezes usada no futebol para xingar o juiz) foi para as cucuias, não está mais no parlamento. Os outros partidos tem objetivos próprios, procuram cumprir suas finalidades estatutárias ou desempenhar papéis que reputam importantes na economia ou nas relações internacionais, como “Energiewende, Massentierhaltung, Kontrolle von Rüstungsexporten und der Geheimdienste, Bundeswehr-Einsätze”(emprego de energia, pecuária intensiva, controle de exportação de armamentos, de serviços secretos, de ações do exército)
Então fica difícil para Ângela escolher os parceiros.
Coisa que não aconteceu aqui no Brasil, no governo Lula, não é?
O que se espera é que o Lula não seja convidado a dar palpites ou conferências na Alemanha. Senão, daqui a algum tempo os alemães estarão aprendendo a arranhar a palavra “menzaláo”, que nós dizemos com a maior facilidade: mensalão.




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