A REPÚBLICA DOS
SAFADOS
João Eichbaum
Nunca foi
tão descarada a imoralidade dos políticos brasileiros, como nos últimos tempos.
Jamais se imaginou que a falta de caráter pudesse chegar onde chegou. Ninguém
mais tem vergonha na cara. Político nenhum se esconde quando algum flash o
surpreende, para fazê-lo aparecer nas manchetes, como um sujeito que não merece
a mínima credibilidade.
Eles, os
políticos, estão dando de ombros para quem lhes cobra vergonha na cara. O
importante, para eles, é o proveito pessoal, o lucro, o poder, seja lá o que
for que sirva como néctar da felicidade. O povo que se lixe, por ora. Nas
próximas eleições ele já terá esquecido tudo, inclusive o número digitado para
qualquer cargo eletivo no pleito anterior.
Democracia
agora virou mercancia. Ao ver despencar o seu crédito perante a população, a
Dilma não perdeu o sono. Se o perdeu, não foi por desespero, mas para fazer
contas. Ela sabia com que bois estava lavrando. Conhecia muito bem os políticos
brasileiros. Sabia como se safar, valendo-se deles, especialmente os do PMDB.
O PMDB é a
cara do Sarney, a cara do Calheiros, a cara do Cunha, um extrato de
safados. Está na gênese desse
agrupamento político a tendência para tirar proveito da coisa pública. A Dilma
sabia disso. E resolveu seu problema da maneira mais simples: comprando
adesões.
O prato de
lentilha bíblico mudou de nome, com o passar dos tempos. E no Brasil emplacou
com o nome de Ministério. Então, o que fez a Dilma? Não fez outra coisa, senão
distribuir pratos de lentilha. Os pratos de lentilha valem milhões, e milhões
compram votos. Alguns trocam a consciência por um prato de lentilhas. Outros só
têm lucro, porque consciência não têm.
Essa é a
democracia que se pratica no Brasil. Loucos são os que pregam a ditadura, os que
clamam por um regime de dureza institucional. Político brasileiro nenhum abre
mão da democracia porque, para eles, só para eles, os políticos brasileiros,
ela é a melhor forma de governo: sendo safado, tá dentro.
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