GOLPE
João Eichbaum
Do ponto de vista político, a palavra “golpe” só tem
significação própria quando agregada a um complemento nominal: de Estado.
Assim: golpe de Estado. Nesse sentido ela identifica “mudança de governo
através de ato violento”. Mas, os governantes comunistas, principalmente na
América do Sul, usam vulgarmente o termo “golpe”, para desmoralizar qualquer
ato que lhes ameace o objetivo de se eternizar no poder.
No atual governo brasileiro, os terroristas de ontem,
que mataram, assaltaram, seqüestraram e tentaram a tomada do poder através da
violência, hoje chamam de “golpe” o instrumento legal previsto na Constituição
para destituir os maus governantes.
A Dilma se saiu com a expressão “golpe democrático”
para desqualificar a decisão do Tribunal de Contas, que rejeitou a gestão fraudulenta
do orçamento.
Se é para vulgarizar, que se vulgarize então a
expressão “golpe”. O povo quer dar “golpe”,sim, e daí? O golpe combina com o
Brasil, com o tipo de políticos que temos, com o povinho cabresteado por
favores e benefícios.
É da nossa índole. Toda a vez que praticamos a
democracia, deu em merda. Não somos nobres, nem educados, e produzimos políticos
da pior espécie. O golpe, o golpe baixo,
não combina com o povo alemão, por exemplo, ordeiro, disciplinado, trabalhador.
Mas cai bem na nossa índole.
O golpe é uma coisa comum em nossa política de araque.
Golpe é comprar votos de pobres com a moeda de benefícios. Golpe é comprar adesão
política, com a moeda da distribuição de cargos. Golpe é criar e aumentar
impostos para recompor o deficit do caixa, arrombado pelos corruptos.
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