terça-feira, 13 de outubro de 2015

GOLPE

João Eichbaum

Do ponto de vista político, a palavra “golpe” só tem significação própria quando agregada a um complemento nominal: de Estado. Assim: golpe de Estado. Nesse sentido ela identifica “mudança de governo através de ato violento”. Mas, os governantes comunistas, principalmente na América do Sul, usam vulgarmente o termo “golpe”, para desmoralizar qualquer ato que lhes ameace o objetivo de se eternizar no poder.

No atual governo brasileiro, os terroristas de ontem, que mataram, assaltaram, seqüestraram e tentaram a tomada do poder através da violência, hoje chamam de “golpe” o instrumento legal previsto na Constituição para destituir os maus governantes.

A Dilma se saiu com a expressão “golpe democrático” para desqualificar a decisão do Tribunal de Contas, que rejeitou a gestão fraudulenta do orçamento.

Se é para vulgarizar, que se vulgarize então a expressão “golpe”. O povo quer dar “golpe”,sim, e daí? O golpe combina com o Brasil, com o tipo de políticos que temos, com o povinho cabresteado por favores e benefícios.

É da nossa índole. Toda a vez que praticamos a democracia, deu em merda. Não somos nobres, nem educados, e produzimos políticos da pior espécie.  O golpe, o golpe baixo, não combina com o povo alemão, por exemplo, ordeiro, disciplinado, trabalhador. Mas cai bem  na nossa índole.

O golpe é uma coisa comum em nossa política de araque. Golpe é comprar votos de pobres com a moeda de benefícios. Golpe é comprar adesão política, com a moeda da distribuição de cargos. Golpe é criar e aumentar impostos para recompor o deficit do caixa, arrombado pelos corruptos.

Os governantes foram eleitos para governar o país e não para beneficiar o seu eleitorado. Se essa última hipótese acontece, o governo perde a legitimidade, porque não está administrando o Estado, mas se aproveitando dele para se manter no poder. Isso é golpe, está fora do conceito de democracia e legitima o contragolpe do povo. Que venha, então, o golpe constitucional

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